Review – Tomb Raider (2013): A origem de uma lenda, com muito suor e lama

Lançado em 2013, Tomb Raider marcou um reboot importante para a icônica franquia que apresentou ao mundo a arqueóloga mais famosa dos games: Lara Croft. Mas esqueça a aventureira confiante com óculos escuros e pistolas duplas – aqui, temos uma Lara muito mais humana, vulnerável e cheia de cicatrizes (físicas e emocionais). E isso, sinceramente, foi uma das melhores decisões que a Crystal Dynamics poderia ter tomado.

Uma nova Lara, um novo começo

A história começa com Lara embarcando em sua primeira expedição arqueológica, em busca da ilha de Yamatai. Mas tudo dá errado logo de cara: o navio naufraga, o grupo se separa, e Lara precisa sobreviver em um ambiente hostil, cheio de perigos sobrenaturais e humanos.

O grande charme aqui é acompanhar o crescimento da personagem. No início, ela hesita em matar, sente medo, chora. Mas, com o tempo – e após várias quedas de penhascos, emboscadas e lutas pela vida – ela se transforma na sobrevivente que conhecemos. É uma jornada brutal, mas muito bem contada, com uma narrativa que mistura drama, ação e mistério na medida certa.

Gameplay: sobrevivência com pegada cinematográfica

O gameplay é uma mistura eficiente de exploração, combate e resolução de puzzles. As famosas tumbas ainda estão presentes, mas não são o foco principal – o que pode desagradar os fãs das antigas, mas agrada quem curte mais ação. Ainda assim, os momentos de exploração são recompensadores, principalmente para quem gosta de vasculhar cada cantinho do mapa.

O sistema de progressão de habilidades dá uma boa sensação de evolução, e as armas podem ser melhoradas com sucata coletada pelo cenário. O arco e flecha, inclusive, vira quase uma extensão da personagem – silencioso, preciso e útil tanto para combate quanto para exploração.

As sequências cinematográficas, com QTEs (quick time events), ajudam a manter o ritmo e criar cenas intensas, mas podem cansar um pouco com o tempo. Felizmente, o jogo dosa bem esses momentos com partes mais livres, onde o jogador pode escolher o ritmo da exploração.

Gráficos e ambientação

Para a época, os gráficos eram impressionantes – e ainda hoje se sustentam bem, especialmente nas versões remasterizadas. A ilha de Yamatai é linda e ameaçadora, com florestas densas, ruínas antigas e vilarejos abandonados. A direção de arte e o design de som criam uma atmosfera imersiva que combina perfeitamente com a proposta de sobrevivência e mistério.

Destaque para os efeitos climáticos e o trabalho na expressão facial de Lara, que ajudam muito na construção emocional da narrativa.

Pontos positivos:

  • Lara Croft mais humana e realista;

  • História envolvente e bem escrita;

  • Ambientação rica e imersiva;

  • Jogabilidade fluida e variada;

  • Ótima trilha sonora.

Pontos negativos:

  • Algumas tumbas são simples demais;

  • Excesso de QTEs em certos momentos;

  • Inimigos podem parecer repetitivos no fim do jogo.

Conclusão

Tomb Raider (2013) não é só um reboot, é uma reinvenção corajosa de uma franquia clássica. Com uma protagonista que finalmente tem profundidade emocional e um gameplay moderno e acessível, o jogo conseguiu agradar tanto veteranos quanto uma nova geração de jogadores.

Se você curte ação, exploração e histórias de superação, esse jogo merece um lugar na sua biblioteca. E o melhor: ele é só o começo de uma nova trilogia que elevou ainda mais a lenda de Lara Croft.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *